Conhecendo a história do baralho cigano ou Lenormand

O Baralho Cigano ou Lenormand, é comumente associado a Sra Le Normand, também conhecida como Marie-Anne Adelaide Le Normand famosa cartomante francesa da era napoleônica e que teve grande influência na cartomancia do século XVIII na França.

De fato, Mlle Le Normand foi a grande responsável pela popularização da cartomancia da época, e ficou conhecida como a Sibila da rua Tournon tendo feito previsões para Napoleão e até para o Czar Alexandre I, imperador da Rússia. Contudo, Marie Anne não foi a criadora do baralho Lenormand como muitos pensam.

As cartas do Lenormand como conhecemos hoje foram idealizadas por Johann Kaspar Hechtel e comercializadas na Bavária (Alemanha) a partir de 1798 como “O jogo da esperança” e pretendia ser um jogo de tabuleiro que podia ser utilizado como baralho para entretenimento ou divinação. Era composto por 36 cartas com emblemas (cachorro, sol…) e havia naipes franceses (copas, espadas, paus e ouros) e alemães (bolotas, sinos, folhas e corações).

Diziam que Mlle Lenormand usava esse jogo para fazer suas leituras e após a sua morte em 1845 um editor na Alemanha decidiu publicar as cartas de Hechtel atualizadas, retirou do original os naipes alemães e manteve os franceses, e deu um novo nome aquele jogo. A ideia era aproveitar a fama da grande cartomante para vender mais, foi assim que o Jogo da Esperança passou a se chamar Le Petit Lenormand e é como o conhecemos hoje.

Naquele período, a fama dos ciganos para as artes divinatórios era crescente por isso alguns oráculos, incluindo o Petit Lenormand, passaram a ser conhecidos como baralho cigano, por ser muito utilizado por eles e também como um diferencial para impulsionar as vendas dos mesmos, como se por causa do nome a pessoa conseguiria ter a mesma habilidade dos ciganos para a leitura.

Vale lembrar que o Petit Lenormand é, originalmente, um sistema de cartomancia que pode ser lido a partir de um conjunto de regras e métodos, onde as imagens e emblemas tem seus significados. Mas, nada impede que você o use como um oráculo, fazendo suas interpretações simbólicas de acordo com sua intuição.

Agora que você já sabe um pouco mais sobre o baralho cigano, em que época foi criado e para qual sociedade ele foi pensado, fica mais fácil compreender todo o seu simbolismo para adapta lo aos dias atuais. A interpretação precisa acompanhar as mudanças do mundo.

Fonte: livro Diário Lenormand – Karla Souza