Desde que me descobri médium, comecei a conviver com outros médiuns e percebi que para muitos a mediunidade era tida mais como um fardo do que como uma oportunidade, e essa é uma forma complicada de enxergar essa nossa habilidade.
Sim, a mediunidade não é um dom nem um karma, é uma habilidade que todos os seres humanos tem de servir como um intermediador entre o plano espiritual e o mundo físico, a diferença está no nível de necessidade que cada pessoa tem de desenvolver essa habilidade.
Outro ponto importante de todos saberem: se você é médium, com certeza tem algum motivo, hoje encarnado você não se lembra mas fato é, todos temos acordos firmados no plano espiritual antes de nascermos, alguns com certeza pedindo para ter essa habilidade. Tanto é que, a pessoa que precisa desenvolver e trabalhar como médium, precisa ter um corpo criado de uma forma específica para abrigar as energias necessárias para esse trabalho, ou seja, não foi por acaso e não foi um erro da espiritualidade, você é e está exatamente onde precisa para a sua evolução e ser médium faz parte disso.
Ter consciência das informações acima me ajudaram a encarar a mediunidade de uma forma muito mais tranquila, me ajudaram a lidar melhor com essa responsabilidade e até a ajudar outras pessoas a olhar pra essa habilidade com mais carinho e respeito.
A verdade é que cada um de nós tem o seu tempo certo para abraçar a mediunidade. Me lembro que no mesmo dia que descobri o terreiro minha melhor amiga estava comigo, e apesar dela gostar das energias do lugar, não sentiu vontade de entrar para a corrente mediúnica na mesma época que eu. Mas alguns anos depois, sozinha, ela tomou a decisão de fazer parte do mesmo terreiro. Anos mais tarde, outro amigo também entrou para o desenvolvimento mediúnico.
Isso me mostrou que cada um tem seu tempo para assimilar essa informação e compreender o valor do trabalho como médium. O que pude fazer, foi contar minha experiência, naturalizar o assunto e incentivar que buscassem estudar para tomar uma decisão de corpo e alma. Em ambos os casos a decisão aconteceu de forma gradativa, pois ao frequentar um terreiro eles foram também perdendo o receio de trabalhar com os guias, foram percebendo suas energias mudarem, se sentindo atraídos a estar ali e sentindo a paz do ambiente.
Esse tempo de reconhecimento do local ou religião, independente de qual seja, é muito valioso. É assim que começamos uma conexão com nós mesmos, com nossos guias e desenvolver a mediunidade se torna algo natural.
Ao fim, o que precisamos é ver a mediunidade como algo normal, como uma forma de cuidar do espírito e manter o equilíbrio dele junto ao nosso corpo e nossa mente. Cuidar da sua mediunidade não pode ser tido como um fardo, pois é cuidar de si mesmo.
Cada dia mais falamos sobre a importância de cuidar da nossa mente, em um futuro muito próximo, falaremos cada vez mais sobre cuidar do espírito e quem tem consciência da sua própria mediunidade, a desenvolve em pról da caridade, com certeza estará um passo a frente no equilíbrio energético que nosso planeta tanto precisa, afinal, tudo está interligado.