Os orixás são entidades espirituais fundamentais na Umbanda e em outras religiões afro-brasileiras, como o Candomblé. Eles são considerados deidades ou forças da natureza que representam aspectos da vida humana, como a saúde, a justiça, o amor e a sabedoria. Cada orixá tem uma energia própria e atua em diferentes áreas da vida, ajudando os seres humanos a superar desafios e a encontrar equilíbrio. Rubens Saraceni, um dos maiores estudiosos e autores sobre a Umbanda, explica que os orixás são manifestações divinas que regem os ciclos naturais e espirituais.
De acordo com Saraceni e outros autores, como Pierre Verger, os orixás estão ligados a elementos da natureza, como o fogo, a água, o ar e a terra. Por exemplo, Ogum, orixá da guerra e do ferro, está associado ao elemento metal, enquanto Iansã, orixá dos ventos e tempestades, rege os ventos e o clima. Cada orixá também tem seus próprios símbolos, cores, cantos e danças, que são usados nos rituais para invocar suas energias.
Na Umbanda, as linhas dos orixás são organizadas em diferentes grupos, conhecidos como “linhas de Umbanda”. A primeira linha é chamada de Linha de Oxalá, composta por orixás associados à criação e à harmonia, como Oxalá e Oxumaré. Eles atuam na busca pela paz, evolução espiritual e amor universal. O trabalho desses orixás é focado na cura espiritual e no equilíbrio da vida dos praticantes.
A segunda linha é a Linha de Ogum, que lida com as energias de força, luta e superação. O orixá Ogum é conhecido por sua capacidade de abrir caminhos, proteger e proporcionar força para enfrentar obstáculos. A Linha de Ogum é ligada aos aspectos materiais da vida, como trabalho, conquistas e proteção contra inimigos.
A Linha de Iansã e Xangô, por sua vez, é voltada para a justiça, a verdade e o poder. Iansã, com sua ligação com o vento e os raios, ajuda a remover obstáculos energéticos, enquanto Xangô, associado ao trovão e à justiça, busca equilibrar as situações de injustiça e desequilíbrio, trazendo clareza e sabedoria.
Além dessas linhas, há a Linha das Crianças, representada por espíritos infantis, que são ligados à pureza, à alegria e à proteção, e a Linha dos Pretos-Velhos, que são espíritos de antigos escravizados, conhecidos por sua sabedoria, paciência e compaixão. Essas linhas, de acordo com Saraceni, têm um papel fundamental na cura e no auxílio espiritual, abordando questões mais profundas da alma humana.
Por fim, Rubens Saraceni e outros estudiosos ressaltam que, na Umbanda, todos os orixás e suas linhas trabalham para promover o bem-estar e a evolução espiritual dos seres humanos. A conexão com os orixás não é apenas uma busca por poder, mas uma maneira de entender e respeitar as forças naturais e espirituais que regem o universo.