Hoje acordei cedo, um dia comum. Saí de casa e peguei o mesmo ônibus de sempre, logo consegui me sentar a janela e pude abri-la para sentir o vento frio de mais uma manhã ensolarada em São Paulo. Nesses momentos de viagem sempre tento focar os pensamentos em algo bom, fazer uma oração, me conectar com meus guias espirituais, entrar em contato comigo primeiro para seguir pelo dia sendo o melhor que posso.
Ali sentada, já na metade do caminho comecei a pensar em como seria lindo ter uma sai rodada e dançar com ela, no pensamento seguinte me veio um ponto de pomba gira, lembrei da felicidade que elas transmitem quando chegam, lembrei de como é bom sentir a energia delas ao incorporar, deu tanta saudade, uma vontade imensa de abraça-las. Meu coração na hora se encheu de bons sentimentos, de um sentimento de plenitude e felicidade.
Nessa hora pensei nas minhas guias espirituais, de como era bom trabalhar, era cansativo mas muito gratificante estar de pés no chão e de branco dentro do terreiro. Me lembrei de cada irmão com quem já trabalhei, da cabocla maravilhosa que me guia, do preto velho que me ensina muito sobre humildade, contudo um deles em especial tem aparecido muito em meus pensamentos: o Baiano! Ainda dentro do bus me veio esse ponto (ouça aqui):
“Bahia, ô África, vem cá vem, nos ajudar!
Bahia, ô África, vem cá vem, nos ajudar!Força baiana, força africana,
força divina vem cá, vem cá!Força baiana, força africana,
força divina vem cá, vem cá!”
Na hora senti meus olhos encherem de lágrimas, meu coração transbordou pois estava cheio de um misto de sentimentos mas o principal deles era e é todos os dias a saudade! Saudade de como o baiano dançava e girava, saudade do sorriso no rosto, saudade daquele sensação de gratitude e paz. A saudade tem sido uma constante no meu caminho espiritual, desde que me mudei ainda não encontrei uma nova casa espiritual para chamar de minha. Mas sigo confiante de que em breve encontrarei a minha casa de fé.
Imagem: Baianos – casa espírita de Óxossi
Seguindo meu dia, enxuguei as lágrimas, agradeci a cada irmão espiritual pelas boas vibrações, pelos bons sentimentos que me proporcionaram até hoje. Dei sinal, desci no ponto de ônibus, pedi proteção a Deus, todos os Orixás e pedi que Exu fizesse a minha guarda para que nada de mal pudesse chegar até mim. Desci do ônibus e fiz meu percurso a passos lentos e tranquilos até o meu trabalho, confiante de que nunca estou só.
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